Le Canard Enchaîné et la presse satirique en France

Neste 5 de junho, só que no ano de 1916, começou a circular na França, de maneira regular às quartas-feiras, o jornal humorístico semanal Le Canard Enchaîné (O Pato Acorrentado, em tradução literal).
O “Canard” foi fundado em 10 de setembro de 1915 por Jeanne e Maurice Maréchal, com o auxílio de Henri-Paul Deyvaux-Gassier, mas teve apenas cinco exemplares que circularam naquele ano, sendo retomado no ano seguinte.
Desde então, o jornal se consolidou, ao longo dos anos, como um dos mais antigos títulos de toda a imprensa francesa e o mais antigo veículo da chamada PRESSE SATIRIQUE (imprensa satírica) ainda ativo. A partir dos anos 1960, o “Canard” também agregou uma editora de veículo de jornalismo investigativo que já revelou diversos escândalos principalmente políticos.

Antigo anúncio do “Canard” em 1915, quando ainda não tinha circulação regular

O conhecido veículo, porém, não representa sozinho sua categoria. Na verdade, o país foi pioneiro na inauguração da imprensa de humor no mundo, ainda durante a Revolução Francesa, em 1789. Junto com os veículos de opinião, os jornais de humor também infelizmente foram os primeiros a sofrer censura.
A PRESSE SATIRIQUE, marcada pela sátira como meio de informação e expressão, espalhou-se pela Europa no século XIX, depois ganhando o mundo.
Atualmente, o polêmico e contundente Charlie Hebdo faz par com o Canard Enchaîné como os principais títulos satíricos na França. Outros veículos são o Siné Hebdo, depois chamado de Siné Mensuel (Mensal), criado em 2010 pelo cartunista Siné. O humor também é tema de periódicos regionais, como Le Ravi, de periodicidade mensal, em Marselha; o bimestral Le Fakir, de Amiens.
Outra vertente dos veículos satíricos são sites como Le Gorafi ou Actubis, que parafraseiam os sites regulares de notícias, fazendo versões humorísticas (e sobretudo fictícias) da imprensa tradicional. Esse tipo de abordagem, que não deve ser confundida como peças de “fake news” ou desinformação, também existe em sites como The Onion, nos Estados Unidos, ou os brasileiros O Sensacionalista e The Piauí Herald.